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O segredo de Joel Oliveira


Era angustia a bebida favorita de Teodoro. Tentava encontrar uma forma de substituir a beleza que faltava à alma, pela fingida alegria tatuada em seu rosto.

Ninguém aguenta muito tempo sendo o que não é e a mascara tende a descolar da face.

Foi em uma tarde fria que Teodoro surtou a primeira vez. Logo que os colegas do trabalho na carvoaria perceberam, o rapaz foi mandado para o sanatório. 
O doutor disse que eram os nervos e que precisaria de terapia de eletrochoque, e uma lista do tamanho do meu braço de remédios e outros cuidados.

As taças brilhavam cheias ao meio da noite em plena mesa farta de pratos vazios de uma alimento já consumido. 

Cláudia, mãe de Renata me contou esse trecho de um trágico ocorrido com o pai de Joel, seu marido...

A jovem senhora já estava a par dos meus negócios ali e com todo decoro me questionou sobre meu embasamento para tal afirmação que fiz.

A ferida em minha mão começa a coçar, ainda não tinha passado por isso. O fenômeno me fez segurar com maior firmeza um dos talheres de prata e observar com maior atenção os cantos daquela grande casa. 

-Dona Cláudia, desculpe a indelicadeza mas onde está seu marido? Caso a senhora prefira ver o corpo da fera no pasto a uns dois quilômetros daqui para que algo que eu digo tenha algum crédito.

O vento soprou mais forte naquele momento o que fez os vidros das janelas cantarem desafinadamente. Um incomodo percorreu meu braço e a necessidade de sair logo dali tomava cada vez mais minha mente. 

Eram dourados em meio a densa escuridão lá fora. E a fina vidraça da porta não confortava do panico que espreita. Mesmo não o desejando a filha e a esposa de Joel me acompanham até o corredor de entrada da grande casa e ali testemunham o que tentei dizer claramente; a criatura ainda caminha e deseja continuar nossa peleja anterior.

A grande sombra em um movimento rápido sumiu de nossa vista e em uma sequencia rápida destroçou as janelas do primeiro andar da casa. 
Por reflexo, Cláudia abraça Renata tentando proteger a filha dos cacos de vidro que voaram por todo canto. 
Com a arma engatilhada tomo a frente procurando a criatura entre as janelas, por algum lugar ele vai entrar, eu sei...

-Há um porão na casa?




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